Segundo Vladimir Janda (Page e colaboradores, 2010), o desequilíbrio muscular é a diferença no nível de ativação entre músculos tônicos e fásicos que ocasiona o tônus muscular inapropriado.
Em geral, o tônus muscular inapropriado refere-se à existência de uma “contratura” muscular ou à “fraqueza” muscular. Os termos “contratura” e “fraqueza”, muitas vezes, causam confusão quanto ao seu significado e à maneira de tratar essas condições.
O estado de “contratura” muscular reflete um músculo que se encontra hiper ativado, e a sensação de “fraqueza” de um músculo reflete um estado de desativação neuromuscular.
De forma semelhante à desativação, a hiperativação muscular (ou facilitação) é o corpo mostrando que os processos de controle motor não estão ocorrendo de forma adequada. Os erros no controle motor podem acontecer na entrada de dados (propriocepção), no processamento (sistema nervoso central [SNC]) ou na saída. Na
maioria das vezes, o problema situa-se na propriocepção. De qualquer maneira, um estado de hiperativação pode estar relacionado à incapacidade do SNC de modular uma resposta efetora.
Na presença de músculos facilitados, sua função neuromuscular encontra-se comprometida. Assim, é fundamental manter sempre em mente modelos de reabilitação neuromuscular e preparação de movimento: primeiro liberar, depois ativar. Dessa forma consegue- se atingir resultados significativos, quando o assunto for restabelecer bem os padrões básicos de movimento do seu cliente/aluno/atleta.
Adaptado por Michael de Paula
REFERÊNCIA: Janda V. Muscles, central nervous regulation and back problems. In:
Korr IM, editor. The neurobiological mechanisms in manipulative
therapy. Plenum Press: New York; 1978. p. 27–41.